sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Ana Diniz - Semeando o CD Terra


“Corre em mim a cultura de um povo, dos ancestrais as cantadeiras, do quintal para o universal, com os pés enfiados na terra e os braços abertos pro céu em gratidão para amar o destino seja qual seja e sempre, pra tocar e cantar um sentimento profundo, pra cultivar um jardim florido cheiinho de borboletas.”

Ana Diniz


Local: MULTIFOCO

Data: 12 de setembro (Domingo)

Ingressos à venda no endereço: Rua Joaquim Silva, 11 sala 708 (G.I. Produções Culturais)

Valor: 10 Reais (antecipado)



Informações:
Fabí Arakawa
21-7667-2551
Ana Diniz
21-8327-7213


quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Lia de Itamaracá

No ano de 2000 a gravadora Ciranda Records presenteou o público brasileiro com o disco “Eu sou Lia”, cujo repertório incluía coco de raiz, loas de maracatu e as famosas cirandas embaladas pela voz rascante de Lia de Itamaracá.

O disco simbolizou, à época, a redescoberta de Lia, a divulgação de um dos mais importantes repertórios de ciranda do Brasil.

Nascida no dia 12 de janeiro de 1944 na ilha de Itamaracá, Pernambuco, Maria Madalena Correia do Nascimento começou a participar de rodas de ciranda aos 12 anos de idade. E foi a única de 22 filhos a se dedicar à música. Como ela mesma gosta de dizer, trata-se “de um dom de Deus e uma graça de Iemanjá”. Mulher simples, com 1,80m de altura, Lia sempre ganhou a vida como merendeira de uma escola pública pernambucana, dedicando-se nas horas vagas à música e à ciranda, seu ritmo preferido.

Na década de 60, a compositora Teca Calazans pesquisava a cultura popular nordestina quando descobriu Lia e seu talento, acabaram fazendo alguns trabalhos em parceria, com o resgate de músicas de domínio público. De Lia, Teca Calazans gravou “Oh cirandeiro/ cirandeiro oh/ a pedra do teu anel brilha mais do que o sol”. A estes versos Teca incorporou uma toada informativa de Mestre Baracho que ajudou a fazer de Maria Madalena a cirandeira mais famosa do Nordeste brasileiro: “Esta ciranda quem me deu foi Lia/ que mora na ilha de Itamaracá”.

Em 1977, Lia gravou seu primeiro disco, intitulado “A rainha da ciranda”; porém recebeu apenas 20 exemplares para distribuição e nenhum centavo. Após duas décadas distante da mídia, a cantora foi levada pelo produtor musical Beto Hees a participar do festival Abril Pro Rock (1998), realizado em Recife e Olinda, onde fez grande sucesso e tornou-se conhecida em todo o Brasil.

O disco “Eu sou Lia” traz a força hipnótica de sua ciranda, acompanhada da percussão tipicamente pernambucana – tarol, surdo e ganzá –, além do saxofone de Bezerra, 82 anos, nos contracantos. No repertório, várias músicas de domínio público, com destaque para “Ajoelha, ajoelha” em que a improvisação da cantora presta homenagem a outras figuras da música nordestina, como Dona Selma e Mestre Salustiano. Isso sem falar da faixa de abertura, com “Eu sou Lia” (composição de Paulinho da Viola) e “Minha ciranda”, composição que mestre Capiba fez de presente para a cirandeira de Itamaracá.

Capiba presenteou Lia. E a cantora ofereceu a todos nós mais um motivo para juntar as mãos e entrar na roda.

Minha ciranda
Capiba


Minha ciranda não é minha só
Ela é de todos nós
A melodia principal quem
Guia é a primeira voz

Pra se dançar ciranda
Juntamos mão com mão
Formando uma roda
Cantando uma canção



O poeta, escritor e produtor cultural Hermínio Bello de Carvalho escreveu assim na apresentação do disco “Eu sou Lia”: “As cirandas pernambucanas de Lia estão na boca de toda a gente, na alegria das pessoas se dando as mãos, cirandando em volta dela”.

Em 2005 Lia de Itamaracá foi considerada Patrimônio Vivo da cultura de Pernambuco. Hoje com 66 anos, a cantora negra de voz rascante está em plena atividade e chega ao Rio de Janeiro para cantar com o grupo Zanzar. No palco, um repertório de cocos, cirandas e maracatus.


Fontes:

Danças Brasileiras
http://dancasbrasileiras.wikispaces.com/

Música de Pernambuco
http://www.musicadepernambuco.pe.gov.br/estilo.php?idEstilo=2

Instituto Machado de Assis (blog)
http://instituto-machadodeassis.blogspot.com/2009/02/patrimonio-vivo-de-pernambuco.html


postado por Breno Procópio

quarta-feira, 4 de agosto de 2010




Grupo Zanzar recebe Lia de Itamaracá
08 de agosto, domingo, a partir de 18h
Abertura: Grupo Zanzar
Lia de Itamaracá e grupo

DJ Tuta
coco, jongo, cacuriá, forró, maracatu, samba de roda, afoxé, ciranda, cavalo marinho e frevo

Centro Cultural Cordão da Bola Preta
Rua da Relação, n.03, esquina com Rua do Lavradio
Informação: grupozanzar@yahoo.com.br / Tel.: 8667-2949
Entrada: R$ 15,00 (normal)
R$ 10,00 (lista amiga grupozanzar@yahoo.com.br)

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Histórias de Jackson




O primeiro post do blog Movimento Coco e Ciranda de Santa não podia ser outro. O ponta pé inicial só podia mesmo ter a companhia de José Gomes Filho, um paraibano arretado, nascido em Alagoa Grande, em 31 de agosto de 1919, e que deu cores e ritmos nordestinos à história da música brasileira.

Estamos falando, é claro, de Jackson do Pandeiro, conhecido como o “Rei do Ritmo” – forma que passou a ser chamado pelos incontáveis fãs. Instrumentista e intérprete incomum, Jackson reuniu à herança melódica vinda do berço e da voz de sua mãe Flora Mourão, cantadora de coco, a quem desde cedo o menino ouvia cantar coco e tocar zabumba e ganzá, uma infinidade de nuances sonoras. O resultado foram 415 músicas gravadas ao longo da carreira.

A discografia de Jackson é considerara por muitos críticos a mais ampla de gêneros musicais do Brasil, indo do coco ao baião, do samba ao choro, da rancheira ao xaxado, do rojão à macumba, da lapinha à marchinha junina, do maracatu ao maxixe, da ciranda ao frevo.

A este mestre e grande divulgador do coco nos quatro cantos desta terra, o movimento faz sua reverência, toca a zabumba pedindo sua inspiração para seguir o caminho do cortejo.

ps.: Histórias de Jackson trará causos, vídeos, letras e músicas de Jackson do Pandeiro, uma forma de divulgar o trabalho do mestre.

Para começar o primeiro grande sucesso de Jackson, o coco “Sebastiana”, de Rosil Cavalcanti, gravado em 1953.




postado por Breno Procópio